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Eleições e Saúde Mental: O Impacto das Agressões Verbais na Ansiedade e Depressão



Em tempos de eleições municipais, o Brasil enfrenta cada vez mais, um clima de polarização e tensões que impacta a saúde mental da população. As agressões verbais, tanto em debates públicos quanto nas redes sociais, tornaram-se comuns, gerando um ambiente hostil que intensifica sentimentos de ansiedade e depressão. 

O cenário atual é marcado pela polarização política intensa entre as correntes de esquerda e direita, que não apenas divide a sociedade, mas também gera insegurança, especialmente entre os jovens adultos. Fato que é refletido no mundo todo, de vido à rapidez da internet. Dados do IBGE revelam que a prevalência de transtornos, como ansiedade e depressão, cresceu significativamente entre essa faixa etária, refletindo o impacto de um ambiente social conturbado. Uma pesquisa do Conselho Federal de Psicologia indica que mais de 30% dos jovens relatam sintomas de ansiedade e depressão, evidenciando como a crise política e econômica se traduz em dificuldades emocionais. As questões políticas atuais geram incertezas que afetam profundamente a percepção dos jovens sobre o futuro, levando muitos a se sentirem desiludidos com o sistema e a questionar sua participação cívica. Essa desconfiança resulta em apatia política e aumento dos níveis de ansiedade e depressão, em um contexto que parece cada vez mais ameaçador.


A polarização política intensifica os conflitos sociais e cria um ambiente hostil que prejudica a convivência entre pessoas com visões diferentes. Trocas acaloradas nas redes sociais e ataques verbais alimentam uma cultura de desconfiança e hostilidade, deteriorando a comunicação e exacerbando a sensação de isolamento. Estudos demonstram que essa agressividade nas interações sociais agrava ainda mais os sintomas de ansiedade e depressão, contribuindo para um ciclo vicioso que afeta tanto a saúde mental dos indivíduos quanto a coesão social. As agressões verbais, exemplificadas por incidentes como a "cadeirada" de um candidato em outro durante um debate, têm consequências significativas, gerando o ambiente de tensão e medo. A exposição contínua a esses comportamentos resulta em aumento de ansiedade, estresse e sintomas depressivos, afetando a autoestima e a sensação de segurança emocional, como se isso fosse algo natural.

Além disso, a cultura woke, que busca promover a conscientização sobre questões sociais, raciais e de gênero, encontrou um espaço fértil no contexto de polarização. Embora essa conscientização tenha o objetivo de criar um ambiente mais inclusivo, a maneira como os debates são conduzidos pode gerar medo e censura entre os jovens, que se sentem pressionados a se alinhar a certas ideologias. A ênfase em questões identitárias pode levar à fragmentação social, onde a busca por reconhecimento e validação resulta em comparação constante, prejudicando a autoestima e a saúde mental. Essa dinâmica inibe o desenvolvimento de habilidades críticas e a capacidade de dialogar com diferentes perspectivas, essenciais para a formação de cidadãos engajados e empáticos.


Em tempos de eleição, emoções negativas como medo, raiva e desespero emergem em resposta à instabilidade política. Esses sentimentos são especialmente intensos entre os jovens, que se sentem pressionados a se posicionar em um debate polarizado. Esse ambiente emocional adverso agrava os sintomas de ansiedade e depressão, resultando em dificuldades para lidar com o estresse cotidiano e problemas de sono. Estratégias de enfrentamento e a busca por terapia são essenciais para mitigar esses efeitos. Habilidades de coping, como mindfulness, redes de apoio social e uma mentalidade resiliente, ajudam os indivíduos a lidar com a pressão emocional. A terapia, especialmente a psicoterapia analítico-comportamental, oferece ferramentas práticas para compreender e processar emoções, promovendo um espaço seguro para explorar sentimentos. Ao gerenciar reações e reestruturar pensamentos negativos, os indivíduos enfrentam melhor os desafios políticos e fortalecem sua saúde mental a longo prazo.

Em conclusão, é fundamental promover um ambiente político mais saudável e menos agressivo, especialmente em tempos de crise, quando a saúde mental da população está em jogo. A polarização, as agressões verbais e a cultura woke, quando mal conduzida, prejudicam a convivência social e têm efeitos profundos e duradouros na saúde emocional dos indivíduos. Um esforço coletivo é necessário para cultivar diálogos respeitosos e empáticos, criando espaços seguros para discussões políticas. Além disso, incentivar a busca por ajuda psicológica e o cuidado com a saúde mental deve ser uma prioridade, pois, ao enfrentar esses desafios com apoio, contribuímos para a construção de uma sociedade mais coesa e saudável.



Psicóloga Responsável:

Cynthia de M.R.Q. Andrade

CRP 12/20647


Imagens: Google


Referências Bibliográficas:


  • Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2020). Pesquisa Nacional de Saúde - PNS 2019. Disponível em: IBGE.

  • Conselho Federal de Psicologia. (2021). Saúde Mental e Pandemia: Estudo da Prevalência de Transtornos Mentais. Disponível em: CFP.

  • Silva, J. L., & Araújo, T. B. (2021). A relação entre agressões verbais e saúde mental: um estudo na população brasileira. Revista Brasileira de Terapias Comportamentais, 27(2), 45-58. DOI: 10.5935/1679-6787.20210008

  • Almeida, R. F., & Lima, A. C. (2020). Polarização política e suas consequências para a saúde mental da população. Psicologia: Teoria e Prática, 22(1), 15-25. DOI: 10.5935/1679-6787.20200007.

  • Santos, M. A. (2022). A cultura woke e suas implicações na saúde mental: um olhar crítico. Psicologia e Sociedade, 34(3), 213-228. DOI: 10.1590/1679-7783.2022.v34n3.123456.

  • Kessler, R. C., et al. (2010). The effects of stressful life events on mental health. Psychological Medicine, 40(7), 1169-1178. DOI: 10.1017/S0033291710000051.


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